A abordagem de um psicoterapeuta diz respeito às teorias e às práticas que orientam seu trabalho, mas também falam muito sobre suas relações com o ser humano e consigo mesmo, por isso falar da minha abordagem envolve falar um pouco sobre mim.

Minha trajetória

Prazer, meu nome é Viviane Raposo e eu sou uma Psicóloga Humanista que trabalha com a Abordagem Centrada na Pessoa.

Cada pedaço da frase acima contém em si um verdadeiro universo para mim, mas meu objetivo com esse pequeno texto introdutório é apresentar aquilo que vejo como mais relevante para quem escolheu a minha companhia em sua jornada terapêutica.

Eu sou formada em Psicologia pela Universidade Federal do Espírito Santo e atualmente me especializo em Psicologia Humanista pelo Instituto Prisma. Durante boa parte da graduação, me sentia desanimada e inconformada com o fato de que, apesar de gostar muito de estudar temas da Psicologia, nenhum caminho profissional desta área me interessava.

Eu sequer cogitava a possibilidade de me tornar terapeuta, achava que eu não combinava com as idealizações que tinha sobre esse tipo de profissional. Mas no meio do curso senti que eu precisava ao menos experimentar essa atividade para ter certeza, de uma vez por todas, que aquilo não me servia, e então... eu me apaixonei perdidamente.

Ao começar a atender, eu descobri que a escuta qualificada de um psicoterapeuta pode ser a chave para o autoconhecimento e o alívio do sofrimento de quem nos procura, e percebi o caráter transformador de cada encontro não só sobre os clientes mas também sobre mim mesma.


Psicoterapia Humanista e Abordagem Centrada na pessoa: como funciona minha abordagem terapêutica

A escuta de uma Psicóloga é qualificada, e se diferencia de outros espaços de acolhimento por causa de um aspecto fundamental: ela é uma prática baseada em uma abordagem terapêutica. Uma abordagem terapêutica diz respeito a uma teoria que explica o funcionamento da subjetividade humana e também a um conjunto de intervenções, construídas em conformidade com esse corpo teórico específico, que tem por objetivo auxiliar o cliente a entrar em contato com a própria subjetividade e assim promover autoconhecimento, mudanças e, frequentemente, alívio do sofrimento psíquico.

A Psicologia é uma área do conhecimento muito vasta, e que se originou da intersecção entre vários campos do saber, como filosofia, biologia, antropologia, sociologia, entre muitos outros. Essa diversidade de influências faz com que haja muitas possibilidades distintas (e igualmente válidas, ainda que por vezes divergentes) de compreender a psiquê humana.

Conheci muitos modelos teóricos, pressupostos filosóficos, métodos e técnicas durante a graduação, mas na minha prática clínica aquele que mais fez sentido foi a Abordagem Centrada na Pessoa (ACP). Diferente de outras abordagens, a ACP não surgiu de uma teoria; antes do seu surgimento, havia diversos modelos diferentes de psicoterapia que pareciam funcionar, mas não se sabia muito bem o que estava por trás desse sucesso. Foram as investigações de Carl Rogers sobre o que fazia uma terapia funcionar que levaram ao surgimento da ACP.

Após anos de pesquisa, Rogers descobriu que os terapeutas de sucesso das diferentes abordagens existentes tinham mais em comum entre si do que com terapeutas da mesma abordagem que tinham menos sucesso com seus clientes. Isso levou à desconfiança de que os pressupostos teóricos de cada terapia eram menos relevantes do que a conduta e as características individuais do terapeuta.

Os resultados dessas pesquisas foram surpreendentes, e levaram Rogers à fama e à infâmia entre seus colegas. Seu trabalho ajudou a estabelecer as condições necessárias e suficientes de uma relação terapêutica efetiva, que se baseiam nas atitudes fundamentais do terapeuta, o que o levou ao posto de presidente da Associação Americana de Psicologia. Ao mesmo tempo, por retirar a técnica do centro e torná-la acessória à relação terapêutica, Rogers foi rechaçado por muitos colegas apegados ao dogmatismo das correntes teóricas que privilegiavam.

Além da pesquisa experimental, a ACP também se baseia em pressupostos científicos e filosóficos importantes, como o holismo (entende o ser humano de forma integral, por isso o foco não é o inconsciente, o comportamento ou outro pedaço, mas a PESSOA como um todo), o não-reducionismo (busca adequar as metodologias de pesquisa e intervenção ao ser humano em sua integralidade, e não reduzi-lo em partes para facilitar seu entendimento científico), o não-determinismo (a causalidade das nossas ações é menos relevante do que o sentido que damos a elas), entre outros. Esses pressupostos, bem como a ênfase nos aspectos das nossas singularidades e potencialidades humanas (em oposição a teorias universalistas que focavam no lado negativo das nossas experiências) situam a ACP dentro do movimento da Psicologia Humanista, por isso me apresento com uma Psicóloga Humanista da Abordagem Centrada na Pessoa.